segunda-feira, 12 de abril de 2021

“Um Príncipe Em Nova York 2” chegará no Amazon Prime Video em março de 2021

Após a notícia que a Amazon havia comprado da Paramount Pictures, os direitos do longa "Um príncipe em Nova York 2", o filme terá lançamento global e exclusivo no Prime Video, em 05 de março de 2021

Bárbara Motta

Fonte: engenhariadocinema.com.br (adaptado)

Em: 20.11.20

Fonte: omelete.com.br (adaptado)

Em: 04.03.21

O longa também ganhou uma breve sinopse oficial, destacando que o elenco original irá retornar. “O Príncipe Akeem (Eddie Murphy) retorna, agora Rei de Zamunda, com seu confidente Semmi (Arsenio Hall), para embarcar em uma nova aventura hilária que os levará ao redor do mundo: do exuberante e real país de Zamunda ao Queens, bairro de Nova York – onde tudo começou! O elenco original dos personagens favoritos de Um Príncipe em Nova York também está de volta, incluindo Rei Jaffe Joffer (James Earl Jones), Rainha Lisa (Shari Headley), Cleo McDowell (John Amos), Maurice (Louie Anderson) e a equipe heterogênea da barbearia. Juntando-se a este grupo repleto de estrelas estão Wesley Snipes, Leslie Jones, Tracy Morgan, Jermaine Fowler, Bella Murphy, Rotimi, KiKi Layne, Nomzamo Mbatha e Teyana Taylor, fazendo de Um Príncipe em Nova York 2 o filme de comédia mais esperado do ano”.

Cartaz do filme "Um príncipe em Nova York 2"
imagem: imagens.terra.com

Não é nenhum exagero dizer que Um Príncipe em Nova York revolucionou o cinema. No longa de 1988, a imagem estereotipada da África em Hollywood foi confrontada com uma direção de arte impressionante. Eddie Murphy iniciou a tradição de interpretar diversos personagens em um mesmo filme; mas, acima de tudo, o longa marcou como o primeiro filme com um elenco inteiramente negro que foi um sucesso ao redor do globo. Esse fenômeno cultural foi estabelecido e replicado apenas, talvez, com o lançamento de Pantera Negra décadas mais tarde. O legado do filme de John Landis é tão grande, que a sequência que chega anos depois carrega uma responsabilidade imensa nos ombros.

Príncipe Akeen em Nova York
imagem: loucosporfilmes.net

A sequência também tem uma autoconsciência afiada, que sabe tirar sarro do politicamente correto ao mesmo tempo que tem o coração no lugar certo. O filme de Craig Brewer merece aplausos pelo carisma e leveza que ele conseguiu levar para uma obra tão importante. É difícil honrar a tradição e levar a história para frente do modo que Um Príncipe em Nova York 2 fez.


Mulher-Maravilha 1984 lança nos cinemas

Leve, divertida e esperançosa, nova aventura de Diana é o filme de super-herói que merecíamos em 2020

Bárbara Motta

Fonte: omelete.com.br

Em: 15.12.20

Pode parecer clichê, mas é de fato um alívio ter um filme como Mulher-Maravilha 1984 em 2020. Neste ano horrível, que nos roubou tantas coisas - de pessoas queridas a atividades cotidianas como ir ao cinema sem preocupação - o longa, dirigido mais uma vez por Patty Jenkins, traz uma mensagem confortante de esperança e crença no melhor que a humanidade pode ser. Mas isto só é um grande trunfo do filme porque se encaixa com perfeição em uma narrativa bem amarrada que explora o simbolismo da personagem e, acertadamente, afasta-se do tom sombrio e niilista que Zack Snyder tentou dar ao DCEU.

Cartaz do filme Mulher-Maravilha 1984 
imagem: pbs.twimg.com


Quando William Moulton Marston criou a Mulher-Maravilha em 1941, ele pensou a heroína como um antídoto para o excesso de violência dos super-heróis, que estava na pauta do dia. Para ele, criar uma super-heroína era um modo de associar à ideia de heroísmo valores como altruísmo, empatia, ternura e amorosidade, normalmente desvalorizados em uma cultura que considerava que ser forte era apenas ter força bruta e derrotar inimigos. Diana surgiu então como uma heroína de força sobre-humana que se guiava por esses valores, que não empunhava armas mortíferas e que procurava sempre reabilitar os vilões em vez de matá-los.

 

É esse espírito que Jenkins evoca ao revisitar Diana (Gal Gadot), agora nos anos 1980. Ela mora em Washington, trabalha no Museu Smithsonian e leva uma vida de quem já vive entre a humanidade há quase 70 anos: como Diana, é um tanto solitária e nostálgica pelas pessoas que já viu partir; como Mulher-Maravilha, encara como algo cotidiano salvar uma corredora de um atropelamento ou crianças de um assalto a um shopping. Diana já não é mais a jovem ingênua do primeiro filme, mas não se deixou tomar pelo cinismo e não perdeu a fé na humanidade, e ainda encara a vida com um olhar amoroso.


Cena de assalto no shopping
imagem: obervatoriodocinema.uol.com.br


Esse tom - mais leve e menos solene - é um dos acertos do filme, que paradoxalmente consegue ser ao mesmo tempo mais calcado na realidade cotidiana e mais fantástico. Os cenários e situações são familiares - um shopping, um apartamento bagunçado, um conjunto de escritórios, um congestionamento no meio da cidade - e nos permitem vislumbrar Diana não só em ação, mas em momentos de intimidade e vulnerabilidade. A química entre Chris Pine (Steve Trevor) e Gal Gadot dá ainda mais brilho a essas situações, agora com os papéis invertidos - ele é o peixe fora d’água no mundo de 1984 -, e essas interações não são mais meros alívios cômicos pontuais, e sim algo melhor integrado ao espírito do filme. (E isso é tudo que se pode dizer sobre a volta de Trevor sem revelar muita coisa.)

 

Por outro lado, a ação é dinâmica, divertida e tornada mais fantástica pela facilidade com que Diana explora a vantagem que tem sobre seus oponentes, desarmando-os sem grande esforço com a ajuda do laço da verdade e de sua tiara, o que exige do espectador uma boa dose de suspensão da descrença, mas também traduz uma visão mais ingênua do que é um super-herói. Há também um tom de aventuras como as de Indiana Jones, na busca de pistas sobre a relíquia que move a trama de Mulher-Maravilha 1984.

 

E é essa relíquia, um misterioso cristal, que tem a função de elevar os obstáculos no caminho de Diana, quando coisas estranhas começam a acontecer a pessoas que tiveram contato com ela, incluindo a própria Diana, sua colega gemologista Barbara Ann Minerva e a estrela de televendas e aspirante a magnata do petróleo Maxwell Lord (respectivamente Kristen Wiig e Pedro Pascal, ótimos nos papéis de antagonistas). Os poderes dessa pedra permitem que Jenkins (que co-escreveu o roteiro com Geoff Johns) apresente e desenvolva as motivações de cada personagem de modo que os espectadores sintam que coisas realmente importantes e muito pessoais estão em jogo para cada um - recuperar um grande e verdadeiro amor, não se sentir mais menosprezada e invisível, conquistar admiração e respeito etc.


Cena de Diana e Steve no avião
imagem: sm.ign.com

A escolha do período também se encaixa bem nessa dinâmica de um clima mais divertido, mas em que há muito a se perder. O visual exagerado, colorido e exuberante dos anos 1980 e da própria fotografia de Mulher-Maravilha 1984 esconde uma realidade de individualismo exacerbado, consumismo em seu ponto mais alto e líderes que ambicionam mais e mais poder. Como Jenkins afirmou em inúmeras entrevistas, é uma época que representa o nosso melhor e o nosso pior, tudo misturado, mas é preciso encontrar algum caminho para a redenção.

 

Com esses elementos - heroína e vilões com muito a perder, uma atmosfera de aventuras dos anos 1980, a recusa de cinismos, a possibilidade de redenção, além de referências que devem deixar os fãs satisfeitos - Jenkins consegue entregar um filme mais bem resolvido do que o primeiro Mulher-Maravilha (2017), um filme que parece habitar um universo completamente diferente, sem com isso descaracterizar as personagens já conhecidas - talvez porque nos faça sentir que este era o tom que a heroína merecia desde o início.

 

E essa é a principal razão para a mensagem de esperança ser tão satisfatória: com uma heroína como a Diana que Mulher-Maravilha 1984 apresenta, a mensagem não poderia ser outra.








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