A mais nova animação da Disney traz, de maneira ingênua e doce (e com muitas cenas de ação), uma mensagem de esperança ao reforçar a importância da união, da confiança e do perdão para que uma sociedade desmantelada seja reerguida
Bárbara Motta
Fonte:
Em: 13/06/21
O longa
se passa no reino fantástico de Kumandra, esse local mágico outrora habitado por dragões e humanos,
em perfeita harmonia e prosperidade. Mas tudo mudou com a aparição dos Drunns, monstros terríveis que sequestraram o mundo e fizeram com
que os dragões tivessem de se sacrificar para salvar a humanidade. Após
500 anos desse acontecimento, Kumandra, agora dividida em cinco regiões: Coração, Cauda, Coluna, Presa e Garra, não é mais um lugar próspero. Tudo o que restou da magia
dos dragões é uma joia, muito cobiçada pelos líderes de cada território, que é
guardada pela guerreira Raya e seu pai, Benja, no Coração.
Cansado de acompanhar as mazelas do seu mundo, Benja resolve chamar os líderes de todas as regiões para que a Kumandra fosse reconstruída. O pai de Raya era um forte entusiasta sobre a reunião do seu povo, desconsiderando toda a rivalidade e animosidade existente. Mas, apesar dos esforços de Benja, o seu plano de união não dá certo e a líder das terras Presa trama um plano para roubar a joia do dragão. Com isso, um embate se forma e a pedra é quebrada, liberando novamente os Drunns. É então que a jornada de Raya começa. A guerreira tem a missão de tentar eliminar os monstros da face da terra, reunir o seu povo, ao mesmo tempo que precisa aprender a reconquistar a confiança nas pessoas.
Banner do filme "Raya e o último dragão"
Créditos: www.logeek.com.br
Do mesmo
estúdio de Moana e Frozen, Raya e o Último Dragão tem uma trama envolvente, carismática e que aposta
muito em representatividade e protagonismo feminino, que é exemplificado muito
bem não só pela trajetória de Raya, mas também por Naamari, a sua antagonista. Raya engrossa o caldo das princesas do século XXI, e, assim como Anna, de Frozen, e Moana, do filme Moana, ela não precisa de um príncipe salvador, pois é sua própria
heroína, além de exímia lutadora de várias artes marciais.
Ao mesmo
tempo em que acerta com a forma clássica da Disney de contar histórias, inspirador para os tempos caóticos em
que vivemos, Raya e o Último Dragão combina elementos inspirados em contos e lendas do Sudeste Asiático com um design impecável – atente-se para o dragão Sisu e sua forma humana, um belo exemplo. Claro que ao usar da
inocência da infância para se compor, e não se aprofundar nas dificuldades
da sociedade, traz uma mensagem final utópica. Mas quem dera fosse possível,
através da confiança, da união e do perdão poder reconstruir nosso mundo.
Assim
como diversos outros projetos dos estúdios, Raya e o Último Dragão terá
uma estreia especial no Disney+, seguindo a mesma linha do live-action de Mulan. Em novembro, o co-CEO
da The Walt Disney Company comentou
durante a revelação de lucros trimestrais que o Premier Access está sendo
estudado para englobar mais títulos no futuro.
O
lançamento de Raya nos
cinemas é uma possibilidade pequena. Em nota, a Disney divulgou que a exibição
está sujeita à abertura das salas de acordo com a regulamentação local de cada
país. Por outro lado, a animação foi confirmada como a próxima estreia dessa
nova modalidade de compra e aluguel na plataforma de streaming. Assim como
aconteceu com Mulan em
2020, os assinantes deverão pagar uma taxa extra além da assinatura para
assistir ao filme até que ele se torne parte integrante do catálogo.
Raya com a joia do dragão e a espada
Créditos: Divulgação/Disney
A companhia não anunciou quanto o aluguel de Raya e o Último Dragão vai
custar, mas se seguir a mesma faixa de preço de Mulan, o aluguel deve custar
por volta de US$ 30 (cerca de R$ 159 na conversão direta), fora o valor da
mensalidade.
Vale lembrar que essa estratégia é diferente de Soul, o mais recente
lançamento da Pixar, que também pulou a exibição nas telonas e foi direto para
o streaming. Em dezembro, durante o Disney Investor Day 2020, a empresa chegou
a divulgar que outros filmes previstos para o cinema tiveram a estreia
repensada e chegarão diretamente ao Disney+, como os live-actions de Pinóquio, Peter Pan & Wendy e
possivelmente Cruella.
Raya
e o Último Dragão acompanhará a jornada da protagonista em
busca do último dragão titular após o cruel vilão Druun ameaçar tomar conta do
reino de Kumandra. Acompanhada de seu fiel corcel Tuk Tuk, que os produtores
descrevem como "uma mistura de urso com uma versão inseto de um
tatu", Raya encontrará uma criatura chamada Sisu, um dragão de água que
pode se transformar em forma humana.
Raya e companheiro Tuktuk
www.revistaquem.globo.com
O elenco de voz original conta com nomes de peso, com Kelly Marie Tran (Rose Tico em Star Wars) interpretando Raya e Awkwafina (Podres de Rico, A Despedida) emprestando sua voz a Sisu, o último dragão. Don Hall, que trabalhou em Operação Big Hero e Moana, dirige o filme ao lado de Carlos López Estrada. Ao Entertainment Weekly, os cineastas revelaram que Raya e o Último Dragão é o "filme de animação mais bonito" que já viram.
Nenhum comentário:
Postar um comentário